Projetos e Grupos de Trabalho

Projetos

Projetos coordenados pela pesquisadora Silvia Rodrigues Vieira

Padrões de concordância em variedades africanas, brasileiras e europeias do Português: produção e percepção (CNPq – 2018-2020)

O projeto, que se vincula à linha de pesquisa Língua e Sociedade: Variação e Mudança, do Programa de Pós-Graduação em Letras Vernáculas, da Faculdade de Letras da UFRJ, dá continuidade às pesquisas anteriores ao abordar a concordância como produtivo tema para a interpretação do estatuto das variedades do Português. Por meio da investigação empreendida, planeja-se executar duas frentes de trabalho: (i) continuação das descrições dos usos variáveis da concordância em variedades brasileiras, europeias e africanas do Português, explorando novas amostras; e (ii) investigação de aspectos relacionados à avaliação/percepção desses usos, configurando-se índices de maior ou menor identificação dos falantes quanto à(s) variedade(s) em questão. Essas duas frentes de trabalho, em conjunto, configuram-se como instrumentos relevantes para a definição do estatuto de cada variedade analisada em relação aos padrões de concordância.

 

 

Contínuos de/em variedades do Português: análises contrastivas

As questões motivadoras do Projeto, que se vincula à linha de pesquisa Língua e Sociedade: Variação e Mudança, do Programa de Pós-Graduação em Letras Vernáculas, tomam por base descobertas anteriores, relativas à influência das restrições e do contato multilinguístico sobre o fenômeno da concordância, considerando variedades brasileiras, europeias e africanas do Português (Corpus Concordância; Corpus Moçambique-PORT). Com base em tais resultados, foi proposto um continuum de variedades do Português, consoante sua maior ou menor proximidade com dois padrões de concordância: um variável e outro (semi)categórico. Dando continuidade a essas investigações, a pesquisa analisa fenômenos morfossintáticos que permitam situar dados falados por europeus, brasileiros, santomenses, moçambicanos e angolanos consoante o continuum de variedades do Português. Ademais, internamente a cada variedade, pretende-se descrever a complexidade de sua configuração, em termos igualmente escalares, considerando, a partir de uma diversidade de gêneros textuais da fala e da escrita (Corpus Fala&Escrita-PORT; Corpus Registro-PORT), a modalidade discursiva e o contexto situacional. Para a postulação dos continua, a descrição de cada variedade – internamente e mediante análise contrastiva – permitirá aferir, com base no aporte da Teoria da Variação e Mudança –  os padrões gerais e particulares.

 

Gramática, variação e ensino: diagnose e propostas pedagógicas (2013-2018)

O projeto – que se vincula à linha de pesquisa Língua e Ensino, do Programa de Pós-Graduação em Letras Vernáculas, da Faculdade de Letras da UFRJ, e à linha Teorias da Linguagem e ensino, do Mestrado Profissional em Letras (PROFLETRAS) – ocupa-se do ensino de temas gramaticais na Educação Básica, e tem dois objetivos centrais: (i) descrever o tratamento dispensado a fenômenos morfossintáticos em fontes diversas, de modo a diagnosticar os problemas concernentes às informações gramaticais que são ou podem ser utilizadas no âmbito do Ensino de Língua Portuguesa; e (ii) formular propostas para o tratamento didático-pedagógico desses fenômenos. Em relação ao primeiro objetivo, a pesquisa procede à observação do material coletado em manuais didáticos, gramáticas tradicionais e estudos científicos. Para o desenvolvimento das propostas a serem formuladas, a pesquisa parte das concepções de ensino de gramática em três esferas, como: (i) atividade linguística, epilinguística e metalinguística; (ii) matéria para a produção de sentidos; e (iii) manifestação de regras variáveis, de acordo com os pressupostos da Teoria da Variação e Mudança. Em termos operacionais, as propostas formuladas no âmbito do Projeto serão, sempre que possível, experimentadas e avaliadas com base em turmas de escolas públicas do Rio de Janeiro. Espera-se, assim, aliar os resultados científicos à prática didático-pedagógica, urgência que há muito se faz sentir na área dos estudos linguísticos aplicados ao ensino de Língua Portuguesa.

 

Projetos Coordenados pela professora Silvia Figueiredo Brandão

Três Variedades Urbanas do Português em Contraste (CNPq 2017-2019)

O projeto, que dá continuidade e complementa pesquisas anteriores, tem por objetivo focalizar fenômenos variáveis que se observam nas variedades urbanas do Português de São Tomé (PST) e do Português de Moçambique (PM) em contraste com a do Português do Brasil (PB), levando em conta, no que tange às variedades africanas, apenas falantes que tenham o Português como L1. Partindo da hipótese de Petter (2007, 2015) e de Avelar; Galves (2014), que consideram a existência de um continuum afrobrasileiro, pretende-se, mais especificamente, com base nos estudos já realizados pela proponente e por outros pesquisadores, analisar, no plano morfossintático, a concordância nominal no PM e, no plano fonético-fonológico, os róticos e o vocalismo átono no PM e no PST, para contrastar os resultados obtidos com os que se registram no PB, de modo a considerar a inserção das três variedades no referido continuum e, assim, contribuir para um melhor conhecimento das origens do PB. As análises – que se apoiam em corpora de perfil sociolinguístico – norteiam-se pelos pressupostos teórico-metodológicos da Teoria da Variação e Mudança (WEINREICH; LABOV; HERZOG, 1968), levando em conta, ainda, princípios que regem a Fonologia de Uso, de acordo com Bybee (2001, 2002, 2003, 2015), e estudos que tratam de contato multilinguístico, entre os quais Holm (2004, 2000, 1988), Trudgill, (2010, 2011), Winford (2003), Thomason; Kaufman (1991) e Romaine (1995).

 

 

O vocalismo átono no Português do Brasil e no Português de São Tomé (FAPERJ 2015-2018)

O principal objetivo do Projeto é testar hipóteses concernentes ao vocalismo sob duas perspectivas: (1) as que dizem respeito a possíveis convergências/divergências entre as variedades brasileira e santomense; e (2) as que concernem à verificação de condicionamentos lexicais no que se refere a processos de alteamento. Os trabalhos que vimos realizando forneceram-nos dados que impõem a formulação de novas hipóteses/indagações. No que se relaciona a (1), verificar (a) se o processo de alteamento das vogais médias, nas duas variedades em foco, obedece aos mesmos condicionamentos de natureza linguística e social, quer em contexto pretônico, quer no postônico medial; (b) se o processo de harmonização vocálica, no Português de São Tomé (PST), apresenta a mesma vitalidade que no Português do Brasil (PB); (c) se a redução vocálica, no PST, também incide predominantemente no âmbito de /o/ como se observa no PB; (d) se, diferentemente do PB, em que o alteamento é uma regra estável, no PST se verifica um processo de mudança no sentido de uma simplificação do quadro de cinco para três vogais; (e) se fatores de natureza social atuam mais fortemente no PST do que no PB, tendo em vista não só ser o PE a norma de referência do PST mas também ser a sociedade santomense fortemente marcada pelo contato interlinguístico. No que toca a (2), averiguar, com base no conjunto de itens lexicais dos diferentes corpora levantados, (a) se existem claros indícios da atuação do léxico na implementação das variantes ou coatuam motivações fônicas e lexicais para tal implementação; (b) se as possíveis motivações lexicais detectadas se repetem tanto no PB quanto no PST. A análise dos dados pauta-se pelos princípios teórico-metodológicos da Teoria da Variação e Mudança, bem como pelos desdobramentos da Sociolinguística Variacionista. Para a verificação de motivações de ordem lexical, pretende-se conjugar a perspectiva sociolinguística aos pressupostos da Fonologia de Uso.

Silvia Rodrigues Vieira & Silvia Figueiredo Brandão

Grupo de trabalho – PROJETO 21-ALFAL

Em conjunto, Vieira & Brandão coordenam o Grupo de trabalho, que se inscreve na Associação Internacional de Linguística e Filologia da América Latina (), identificado como Projeto 21-ALFAL – COMPARAPORT: Estudo comparativo de variedades africanas, brasileiras e europeias do Português. Trata-se de grupo de trabalho integrado por pesquisadores de várias instituições que se reúnem em encontros da referida Associação.

Iniciado em 2011, o Grupo deu continuidade à proposta desenvolvida pelo Projeto de Cooperação Internacional Brasil-Portugal (CAPES 217/08), coordenado por Maria Antónia Mota (Universidade de Lisboa) e Silvia Rodrigues Vieira (UFRJ), de 2008 a 2011, que foi responsável pela constituição do Corpus Concordância e desenvolveu amplo estudo do fenômeno, atentando especialmente para a determinação dos parâmetros que caracterizam e delimitam variedades do Português.

Com a criação do chamado Projeto 21 – ALFAL, foi possível não só a diversificação de abordagens teórico-descritivas, mas também a necessária abrangência de diferentes variedades linguísticas do Português. Diversas produções bibliográficas demonstram que os resultados das investigações em suas duas fases – de 2011 a 2014; e de 2015 a 2018 – têm contribuído substancialmente para aprofundar o conhecimento sobre a Língua Portuguesa nas variedades africanas, brasileiras e europeias do Português, por meio de estudos de natureza contrastiva sobre a concordância em sua relação com os diversos temas e níveis gramaticais.

Dada a vitalidade do Grupo de trabalho, planeja-se a terceira fase de desenvolvimento das atividades, de modo que, ampliando seus objetivos, o Projeto passe a focalizar, ainda segundo diferentes perspectivas teóricas, diversas variáveis morfossintáticas (entre elas, a concordância) e fonético-fonológicas, sempre priorizando a determinação dos parâmetros/padrões que caracterizam e delimitam as variedades do Português em questão.

HISTÓRICO DOS ENCONTROS – PROJETO 21 ALFAL

2011: 1º ENCONTRO

XVI CONGRESSO INTERNACIONAL DA ALFAL –ALCALÁ DE HENARES/ ESPANHA

 

O Projeto 21 realizou sua primeira reunião durante o XVI Congresso Internacional da ALFAL. Durante o evento, foi possível não só tomar conhecimento dos resultados das pesquisas desenvolvidas por seus integrantes e por novos interessados, mas também traçar as diretrizes para o trabalho no triênio.

A primeira reunião dos integrantes do grupo foi bastante produtiva, em termos quantitativos e qualitativos. Como se pode conferir na programação do evento, foram constituídos grupos de trabalho, com o objetivo de conhecer o estágio atual das pesquisas (16 trabalhos) quanto aos seguintes subtemas: concordância verbal; concordância nominal – interna ao SN e em estruturas predicativas; concordância e temas afins relacionados ao sujeito; concordância em estruturas verbais específicas. A apresentação dos resultados obtidos em cada investigação foi fundamental para o estabelecimento de questões científicas a serem perseguidas pelos membros do projeto no triênio.

Na última sessão da reunião, foram estabelecidos os parâmetros para o funcionamento do Projeto e para a intercomunicação de seus membros. Sintetizando as decisões tomadas, podem-se destacar as seguintes medidas: (1) montagem de quatro equipes de trabalho para o tratamento dos subtemas já apresentados, todos relacionados à concordância em variedades do Português; (2) estabelecimento de questões a serem respondidas pelas equipes; (3) adoção de um corpus comum aos trabalhos de todas as equipes, a ser totalmente disponibilizado no site www.letras.ufrj.br/concordancia; e (4) realização de um Alfalito no Rio de Janeiro / Brasil, a ser planejado oportunamente, ocasião em que se pretende contar com a participação não só dos investigadores brasileiros e portugueses, mas também de pesquisadores africanos.

Com essas medidas, a coordenação do Projeto almejou fazer do grupo de trabalho um espaço efetivo de debate sobre a concordância em variedades do Português, com desenvolvimento de pesquisas comparativas de dados africanos, brasileiros e europeus, realizadas em equipe. Dessa forma, evitou-se que o espaço destinado ao Projeto 21 se transformasse em mera sessão de trabalhos em congressos, o que contrariaria não só a proposta inicial da ALFAL, mas também a razão pela qual o então recente projeto fora aceito no rol de projetos da Associação.

 

PROGRAMAÇÃO ALFAL

 

Sessão 1: Padrões de concordância verbal em amostras contemporâneas

(1) ESTUDO SINCRÔNICO DA CONCORDÂNCIA VERBAL NA VARIEDADE BRASILEIRA E EUROPEIA PB X PE – Isabel de Oliveira e Silva Monguilhott (Universidade Federal do Amazonas/Universidade Federal de Santa Catarina)

(2) Concordância verbal numa variedade insular do PE: dados de um estudo sociolinguístico realizado na cidade do Funchal – Aline Bazenga (Universidade da Madeira)

(3) sobre o condicionamento linguístico da VARIAÇÃO de número na concordância verbal de terceira pessoa em português europeu – Ernestina Carrilho (Universidade de Lisboa)

(4) O ESTATUTO DA REGRA VARIÁVEL E O FENÔMENO DA CONCORDÂNCIA VERBAL EM VARIEDADES DO PORTUGUÊS – Silvia Rodrigues Vieira (Universidade Federal do Rio de Janeiro)

(5) CONCORDÂNCIA VARIÁVEL DE NÚMERO EM DUAS VARIEDADES AFRICANAS DE PORTUGUÊS – MOÇAMBIQUE E CABO VERDE – Anna Jon-And (Universidade de Estocolmo)

 

Sessão 2: Padrões de concordância nominal (verbo-nominal) em amostras contemporâneas 16h – 17h30m

(1) Concordância nominal na variedade não standard do português falado em São Tomé – Silvia Figueiredo Brandão (Universidade Federal do Rio de Janeiro)

(2) PB CONCORDÂNCIA NOMINAL DE NÚMERO: UM OLHAR SOBRE OS PREDICATIVOS DO SUJEITO E ESTRUTURAS PASSIVAS NA FALA POPULAR DE SALVADOR – Vívian Antonino (Universidade Federal da Bahia)

(3) Fenómenos de concordância em variedades do português: construções com verbos copulativos e com verbos transitivos predicativos – Matilde Miguel, Amália Mendes, Maria Antónia Mota (Universidade de Lisboa)

 

Sessão 3: Concordância verbal e temas afins relacionados ao sujeito

 (1) GRAMATICALIZAÇÃO E PADRÕES VACILANTES DE CONCORDÂNCIA VERBAL: O CASO DE VOSSA MERCÊ – Leonardo Marcotulio (Universidade Federal do Rio de Janeiro)

(2) INDÍCIOS DE UMA GRAMÁTICA BRASILEIRA EM CARTAS FRONTEIRIÇAS: URUGUAI-BRASIL– Aline Santos da Silva (Universidade Federal do Rio de Janeiro)

(3) O PARÂMETRO DO SUJEITO NULO NO PORTUGUÊS BRASILEIRO E A CONCORDÂNCIA VERBAL: CONFRONTANDO TEORIA E DADOS –  Silvia Regina de Oliveira Cavalcante (Universidade Federal do Rio de Janeiro)

(4) SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS NA IMPLEMENTAÇÃO DE A GENTE NO PORTUGUÊS DO BRASIL E NO PORTUGUÊS EUROPEU – Juliana B. S Vianna (Universidade Federal do Rio de Janeiro)

 

Sessão 4: Concordância verbal em estruturas verbais específicas

(1) SUJEITO DE REFERÊNCIA ARBITRÁRIA E CONCORDÂNCIA VERBAL EM PERIÓDICOS BRASILEIROS – Ângela Marina Bravin dos Santos (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro)

(2) A concordância de número em estruturas passivas pronominais no Português Brasileiro –  marcia dos Santos Machado Vieira; Eneile Santos Saraiva (Universidade Federal do Rio de Janeiro)

(3) A emergência de ‘ter’ em sentenças existenciais no PB e suas propriedades sintáticas: a questão da concordância – Juliana Esposito Marins (Universidade Federal do Rio de Janeiro)

(4) ASPECTOS SOCIAIS E LINGUÍSTICOS NA VARIAÇÃO DE TER E HAVER – Priscila Guimarães Batista; Dinah Callou (Universidade Federal do Rio de Janeiro)

 

2013: 2º ENCONTRO 

SIMPÓSIO DURANTE O CONGRESSO INTERNACIONAL DA FACULDADE DE LETRAS DA UFRJ – CIFALE/2013

Simpósio 35. ‘Padrões de concordância em variedades africanas, brasileiras e europeias do Português: contribuições do Projeto 21 ALFAL.’

 

Coordenadores:      Silvia Rodrigues Vieira/ UFRJ  Silvia Figueiredo Brandão/UFRJ

Maria Antónia Coelho da Mota/ Universidade de Lisboa (CLUL)

Inserido em evento internacional da Faculdade de Letras da UFRJ (CIFALE-2013), ocorreu o segundo encontro de membros do Projeto 21. Em uma espécie de ALFALITO, o grupo compartilhou os avanços das pesquisas em curso.

 

Dia 03/09

14h30 às 16h

 

1. Contribuições do Projeto 21 da ALFAL: a concordância em variedades do português.

Silvia Rodrigues Vieira e Silvia Figueiredo Brandão

 

2. Um estudo sincrônico da concordância verbal de terceira pessoa do plural no PB e no PE
Alexandre Monte

 

3. A concordância verbal em Feira de Santana e em Luanda: uma comparação

Silvana Silva de Farias Araujo e Dante Lucchesi

 

 

16h30 às 18h

 

4. Dois pastel e um chopes: a concordância nominal na cidade de São Paulo

Livia Oushiro

 

5. Concordância verbal e passivas sintéticas no Português de Funchal, Oeiras e Cacém

Angela Marina Bravin dos Santos

 

6. Um panorama sociofuncional da norma escrita de concordância nas construções nomeadas tradicionalmente de passivas pronominais
Marcia dos Santos Machado Vieira

 

 

 

Dia 04/09

14h30 às 16h

 

7. Categorias pessoa e número, interfaces morfologia/fonologia/ sintaxe e padrões variantes de concordância sujeito-verbo, em português

Maria Antónia Mota

 

8. As estratégias de concordância de nós e a gente em estruturas predicativas em variedades do português

Juliana Barbosa de Segadas Vianna e Célia Regina dos Santos Lopes

 

9. Sintaxe e pragmática das formas de tratamento no português: a questão da concordância verbal
Leonardo Lennertz Marcotulio e Célia Regina dos Santos Lopes

 

Dia 05/09

14h30 às 16h

 

10. TER e HAVER e a questão da concordância
Dinah Callou, Érica Almeida e Priscila Batista

 

11. Sujeitos nulos e marcas de concordância verbal
Maria Eugenia Lammoglia Duarte e Filomena de Oliveira Azevedo Varejão

 

12. Sobre a característica parcialmente pro-drop do Português Brasileiro
Silvia Regina de Oliveira Cavalcante

 

 

2014: 3º ENCONTRO

XVII CONGRESSO INTERNACIONAL DA ALFAL – JOÃO PESSOA-PB/BRASIL

 

Após os três primeiros anos de trabalho, o Projeto realizou novo encontro geral da equipe durante o XVII Congresso Internacional da ALFAL, em João Pessoa-PB/BRASIL. Esse encontro contou com a presença da Prof. Dra. Perpétua Gonçalves, da Universidade Eduardo Mondlane, de Moçambique, convidada que ministrou um curso sobre a Variedade Moçambicana do Português e atuou como debatedora dos trabalhos. Foram apresentadas 12 das 14 comunicações previstas, que focalizaram aspectos relacionados à concordância em diferentes variedades do português (europeia, brasileira, africanas). Reservou-se, ainda, um dia para o balanço das atividades realizadas no triênio, bem como para o debate sobre os tópicos de estudo a serem priorizados nos próximos três anos e a definição de iniciativas que congregassem todos os integrantes do grupo.

Dentre as principais decisões, encontram-se: (i) a formação de quatro subequipes de trabalho, consoante a estrutura a ser contemplada na investigação – primeira pessoa verbal, terceira pessoa verbal, concordância nominal, estruturas com os verbos ter e haver; (ii) a criação de um grupo (Googlegroup), que funcionará como um fórum permanente de discussão e troca de materiais; (iii) a organização de um número dos Cadernos da ALFAL, reunindo artigos baseados nas comunicações apresentadas no âmbito do projeto e prevista para o final de outubro de 2014, e (iv) a realização de um ALFALito, em 2016, provavelmente na Universidade Federal do Rio de Janeiro.

 

PROJETO 21 ALFAL – EQUIPES DE TRABALHO (com alguns nomes – a confirmar)

 

Obs.: Cada equipe/membro deve:

  • trocar informações, arquivos com as variáveis e rodadas praticadas, de modo a uniformizar critérios de coleta e codificação de dados;
  • reavaliar os trabalhos já feitos e analisar novos materiais à luz dessa uniformização;
  • contemplar, na medida do possível, variedades africanas do Português em seus estudos;
  • compartilhar amostras de variedades do Português, quando possível e autorizado; e
  • compartilhar referências bibliográficas.

 

 

CONCORDÂNCIA NOMINAL
 
SILVIA FIGUEIREDO BRANDÃO/UFRJ
LIVIA OUSHIRO/USP
VIVIAN ANTONINO DA SILVA/UFBA
MARIA ANTÓNIA COELHO DA MOTA/Universidade de Lisboa

 

 

CONCORDÂNCIA VERBAL – 3ª PESSOA PLURAL
 

 

 

 

 

SILVIA RODRIGUES VIEIRA/UFRJ
ALINE BAZENGA/UNIVERSIDADE DA MADEIRA
ALEXANDRE MONTE/UNESP
ISABEL DE OLIVEIRA E SILVA MONGUILHOTT/UFSC

RAQUEL GOMES CHAVES/UFSC (Dout.)

SILVANA SILVA DE FARIAS ARAUJO/Univ. de FEIRA DE SANTANA/BA

DANTE LUCCHESI/UFBA

ELYNE GISELLE DE SANTANA LIMA AGUIAR VITÓRIO/UFAL
CONCORDÂNCIA VERBAL – 1ª PESSOA PLURAL
 

 

 

 

 

CÁSSIO FLORÊNCIO RUBIO / Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB)
SILVANA SILVA DE FARIAS ARAUJO/UFBA
JULIANA BARBOSA DE SEGADAS VIANNA/ UNICAMP(Pós-dout.)
PADRÕES DE CONCORDÂNCIA EM CONSTRUÇÕES COM TER E HAVER
 
DINAH MARIA ISENSEE CALLOU/UFRJ
ELYNE GISELLE DE SANTANA LIMA AGUIAR VITÓRIO/UFAL

 

2015: PUBLICAÇÃO CONJUNTA

Considerando a primeira fase do Projeto 21-ALFAL (2011-2014), as coordenadoras do Projeto organizaram os primeiros Cadernos da ALFAL em Língua Portuguesa (Cuadernos de la ALFAL no. 7), totalmente dedicado às investigações da equipe.

 

Cuadernos de La ALFAL no. 7

Padrões de concordância em variedades do Português

 

ÍNDICE

 

Silvia Rodrigues Vieira e Silvia Figueiredo Brandão – Apresentação – Págs. 5-8 

 

Perpétua Gonçalves

Aspetos morfossintáticos da gramática do Português de Moçambique: A concordância nominal e verbal / Morphosyntactic aspects of the grammar of mozambican portuguese: Nominal and verbal agreement – Págs. 9-16

 

Maria Antónia Mota

Para uma tipologia da concordância sujeito-verbo, em Português falado: Contributos do Português de Luanda e de Cabo Verde / Towards a typology of subject-verb agreement in spoken portuguese: Contributions from Luanda’s and Cape Verde’s portuguese – Págs. 17-35

 

Silvia Figueiredo Brandão

Concordância nominal em três variedades do Português: Resultados gerais, novas indagações / Nominal agreement in three varieties of portuguese: Main results, new questions – Págs. 36-52

 

Vivian Antonino

O Português popular do interior da Bahia: Um estudo da concordância nominal de número e de gênero / Popular portuguese of interior of Bahia: A study about noun agreement of number and gender – Págs. 53-67

 

Lívia Oushiro

A coesão dialetal nas concordâncias nominal e verbal no Português Paulistano / Lectal cohesion in São Paulo portuguese nominal and verb agreement – Págs. 68-89

 

Cássio Florêncio Rubio

A importância da metodologia no estudo da alternância pronominal e da concordância verbal de primeira pessoa do plural / The importance of the methodology in the study of pronominal alternation and verbal agreement of first person plural – Págs. 90-106

 

Silvia Rodrigues Vieira

Padrões de concordância de terceira pessoa plural no Português: Um balanço das contribuições do projeto 21 da ALFAL / Patterns of third plural person verbal agreement in portuguese: A summary of the contributions of project ALFAL 21 – Págs. 107-123

 

Alexandre Monte

O estatuto variável da concordância verbal de terceira pessoa do plural no PB e no PE / The variable status of third-person plural verb agreement in brazilian portuguese (BP) and european portuguese (EP) – Págs. 124-143

 

Silvana Silva de Farias Araujo

Concordância verbal e formação da realidade sociolinguística brasileira / Verbal agreement and training of brazilian sociolinguistics reality – Págs. 144-184

 

Dinah Callou, Priscila Batista e Érica Almeida

“Houveram/tiveram muitas reuniões”: Construções existenciais e concordância verbal / “Houveram/tiveram muitas reuniões”: Existential constructions and verbal agreement – Págs. 185-194

 

Ângela Bravin dos Santos

Uso do elemento flexional de 3ª pessoa do plural em construções com se nas variedades europeia e santomense do Português / The use of the third person plural flexional element in phrases with se in the european and São Tomé varieties of portuguese – Págs. 195-209

 

Márcia Machado Vieira

Um panorama da norma de flexão verbal de número em construções com se apassivador/indeterminador / An overview of number verbal inflection norm in constructions with passive/indeterminacy se marker – Págs. 210-230

 

 

2017:  4º ENCONTRO

XVIII CONGRESSO INTERNACIONAL – BOGOTÁ/COLÔMBIA

           

  1. Considerações gerais

O Encontro do Projeto 21 da ALFAL durante o XVIII Congresso Internacional em Bogotá funcionou efetivamente como um grupo de trabalho e intercâmbio entre pesquisadores do fenômeno da concordância em variedades do Português, o que foi avaliado muito positivamente por seus integrantes.

Participaram do Encontro assiduamente nove pesquisadores[1], sendo quase todos pertencentes ao Grupo desde sua primeira edição, em 2011, o que nos permitiu (i) avaliar os avanços das pesquisas realizadas pelos integrantes nos dois triênios anteriores; (ii) debater questões sobre subtemas previamente definidos, fundamentais para a abordagem contrastiva de resultados; e (ii) estabelecer os desafios a serem perseguidos no próximo triênio.

A seguir, destacam-se os principais aspectos discutidos nas três referidas frentes de trabalho.

 

  1. Avaliação dos avanços do Projeto ALFAL – 2011-2016

Em linhas gerais, salientou-se que, não obstante as dificuldades naturais decorrentes da distância entre as instituições envolvidas, foi evidente o êxito dos trabalhos desenvolvidos pelo Grupo 21 no período em questão. Destacaram-se os seguintes aspectos positivos quanto aos empreendimentos anteriores do Projeto:

  1. a participação constante de um grupo de pesquisadores, desde a primeira edição, em 2011;
  2. a parceria no desenvolvimento de análises do fenômeno da concordância, buscando a pluralidade teórico-descritiva necessária ao tratamento do tema;
  3. a busca de formação integrada, pelo compartilhamento de referências bibliográficas e pela oportunidade de fazer cursos sobre a concordância ou temas afins (Cf. participação especial da Professora Perpétua Gonçalves, da Universidade Eduardo Mondlane/Moçambique, no evento em João Pessoa);
  4. a realização de um Encontro intermediário na Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 2012;
  5. a publicação de número específico dos Cadernos da ALFAL, em 2015, o primeiro em Língua Portuguesa, integralmente dedicado aos trabalhos produzidos no âmbito do Projeto 21,; e
  6. a busca constante por avanços no tratamento do tema, de modo a efetivamente contribuir com o conhecimento científico acerca do estatuto das variedades do Português.

 

  1. Debate de questões relativas a subtemas abordados nas pesquisas do grupo

A dinâmica adotada para o encontro foi a do debate de questões a partir dos trabalhos inscritos no evento. Seguem as perguntas que nortearam as discussões, considerando cada sessão do evento.

 

  • 25/7/2017 (8h-12h)
  1. Concordância verbal de 3ª pessoa do plural: critérios para a coleta de dados e definição de variáveis e seus fatores para trabalho conjunto.

[Silvia Rodrigues Vieira; Alexandre Monte; Isabel de Oliveira e Silva Monguilhott, Silvana Silva de Farias Araújo]

  1. Que dados não coletar para fins de quantificação (porque não configurariam efetivos casos de concordância de 3ª p. pl.)?
  2. Para fins de análise contrastiva e caracterização de variedades do Português, que estruturas permitem comparar os padrões de concordância em questão? Todas? Apenas sujeitos antepostos? Etc.
  3. Como tratar o verbo ser em suas diversas construções? No conjunto de dados? Separadamente? A quais estruturas com verbo ser não poderia ser atribuída a “falta de concordância”?
  4. Em que medida as realizações fonéticas das desinências verbais afetam os resultados da concordância? Como tratar essas realizações na variável saliência fônica?

 

  • 26/7/2017 (8h-12h)
  1. Concordância nominal: critérios para a coleta de dados e definição de variáveis e seus fatores para trabalho conjunto.

[Silvia Figueiredo Brandão; Lívia Oushiro]

  1. Que dados não coletar para fins de quantificação (porque não configurariam efetivos casos de concordância nominal)?
  2. Para fins de análise contrastiva e caracterização de variedades do Português, que estruturas permitem comparar os padrões de concordância em questão? Todas? Apenas formas a partir do segundo elemento do SN?
  3. Pode-se falar em dados de concordância tanto na análise atomística quanto na não atomística?
  4. Em que medida as realizações fonéticas das formas nominais afetam os resultados da concordância? Como tratar essas realizações na variável saliência fônica?
  5. Que aspectos podem ser adotados para inovar na abordagem do tema da concordância, representando efetivos avanços?

 

  • Critérios para o estudo de variedades africanas do Português como L1 e/ou L2.

[Silvia Figueiredo Brandão; Silvia Rodrigues Vieira; Silvana Silva de Farias Araújo; Laura Alvarez López, Karen Cristina da Silva Pissurno]

  1. Em que medida se pode utilizar a estratificação social clássica para estudos de variedades africanas do Português?
  2. Que variáveis sociais efetivamente interessam à investigação de variedades africanas?
  3. Em que medida e segundo que pressupostos se aplicaria a hipótese de um continuum afrobrasileiro na constituição de variedades do Português?

 

  1. Planejamento de atividades: próximo triênio

Com base no produtivo debate das questões elencadas na seção anterior, o grupo reuniu-se, no dia 27/7/2017, para planejar as atividades para o próximo triênio. O planejamento foi feito em relação aos seguintes itens:

1. Temas para investigação

No que se refere aos temas que precisam receber um investimento especial para avançarmos no conhecimento dos padrões de concordância em variedades do Português, definiram-se os seguintes: a) produção dos padrões de concordância: abordagem contrastiva de resultados com base nas conclusões dos debates durante o evento em Bogotá; b) percepção dos padrões de concordância pelas diversas comunidades de fala: estudos de avaliação, crenças e atitudes; e c) descrição dos padrões de concordância em situações de contato interlinguístico, dentre as quais se destacam as referentes às variedades africanas do Português.

2. Intercâmbio com pesquisadores de diversas instituições

Foram tomadas as seguintes medidas para ampliar a participação de outros pesquisadores e universidades, além das que já se encontram no grupo: (a) listar pesquisadores de diversas instituições (América Latina, Europa e África), os quais se interessam pelos subtemas definidos em 4.i., a fim de travarmos contato durante o próximo triênio; e (b) integrar os pós-graduandos orientados pela equipe.

3. Realização de encontro intermediário – Alfalito

Ainda de forma preliminar, estimou-se a realização de um encontro intermediário possivelmente no início de 2019, no período anterior ou posterior ao evento da ABRALIN, a fim de facilitar as viagens dos integrantes do grupo. No fim de setembro de 2018, serão apresentadas as propostas para os trabalhos a serem debatidos no referido encontro.

4. Planejamento de nova publicação do Projeto 21

Durante o ano de 2019, serão produzidos os artigos para a segunda publicação do Projeto 21, que deverá ocorrer no máximo em 2020 e que pode vir a configurar um novo número dos Cadernos da ALFAL.

5. Considerações finais

O breve relato das atividades realizadas pelo Projeto 21 durante o XVIII Congresso Internacional da ALFAL, em Bogotá, demonstra a vitalidade dos trabalhos realizados e da interação entre os pesquisadores envolvidos.

Com base nas medidas adotadas para o triênio 2018-2020, objetiva-se dar continuidade à dinâmica de um efetivo grupo de trabalho, evitando, assim, que o espaço destinado ao Projeto 21 se transforme em mera sessão de trabalhos em congressos, o que contrariaria não só a proposta inicial da ALFAL, mas também a razão pela qual o Projeto se constituiu, perseguindo o objetivo central de fazer o intercâmbio entre pesquisadores de diversas instituições, com seus variados perfis em termos teórico-metodológicos.

A coordenação do Projeto reafirmou seu compromisso em fazer desse grupo de trabalho um espaço efetivo de debate sobre a concordância em variedades do Português, com o desenvolvimento de pesquisas comparativas de dados africanos, brasileiros e europeus, buscando colaborar sempre mais com o avanço no conhecimento científico acerca dos temas e subtemas em questão e a da definição do estatuto das variedades em análise.

 

[1] Silvia Rodrigues Vieira; Silvia Figueiredo Brandão; Lívia Oushiro; Alexandre Monte; Isabel de Oliveira e Silva Monguilhott, Silvana Silva de Farias Araújo; Laura Alvarez López, Karen Cristina da Silva Pissurno; Lucimar Bizio.

 

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